O poeta empunha a pena e recorta versos pelas paredesO artesão moldando em pedra silente, polindo as arestasAs águas correm negras pelas sombras de sua ordenaçãoOs cabelos lisos como ramagens das geométricas árvoresLuzem sob a noite sinistra em que o vento se move lentoNo fundo toca blues e a guitarra declama seus lamentosOnde está o infinito, onde se guarda mistérios de ontemA ideia que s...
Ler maisO frio austral revisita o poema perdido na tarde à beira marE o poeta eterniza a palavra lançada sobre a calma do papelQue auscultou dos lábios do vento em sua tristeza silenciosaGrito teu nome talhado em minha pele como antiga cicatrizPara te dizer da imensa mudança a qual ainda não acreditasCarrego secretos sonhos infantis e navegares intermináveisTrago sons de flauta e perfume de flores a...
Ler maisTênues imagens respiram no ar rarefeito da minha memóriaQue conspiram silenciosamente a parecer que de fato as vejoNão como miragens ou ficções que são, mas reais e presentesTudo acontece categoricamente contra uma nova distânciaDe seres que nunca estiveram presentes, todavia são um sóNo outro lado da rua as pessoas transitam, inscientes a tudoNa gare da imaginação o trem já embarcou s...
Ler maisQuando estive só, a ouvir o distante som de flautaEra a doce fumaça de meu cachimbo, a companhiaEnquanto os dias, um após o outro, se arrastavamAo olhar preguiçoso dos ponteiros do meu relógioMas existiu um minuto, entre tantos, bem à janelaQue um efêmero perfume de jasmim invadiu a salaFez meus lábios desejarem cantar uma música leveComo o som que só as primaveras poderiam trazerVejo de...
Ler maisA noite emoldurada de trevas deixa seu rastro de serpenteSeu som, gritos negros, arremedos de austeras lamentaçõesRompe o silêncio sob o céu no azul profundo da madrugadaImagens tintas de sonho ao brilho espectral dos relâmpagosInquietos, mas que trazem o encanto e clamor da primaveraCom seus olhares secretos, seu hálito floral dourado de solE o poema se faz leve como pássaros nas árvores ...
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