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Sergius Dizioli

Doce Perigo

Doce Perigo

Quando estive só, a ouvir o distante som de flauta

Era a doce fumaça de meu cachimbo, a companhia

Enquanto os dias, um após o outro, se arrastavam

Ao olhar preguiçoso dos ponteiros do meu relógio

Mas existiu um minuto, entre tantos, bem à janela

Que um efêmero perfume de jasmim invadiu a sala

Fez meus lábios desejarem cantar uma música leve

Como o som que só as primaveras poderiam trazer

Vejo de passagem na calçada, fugaz como miragem

Uma brilhante silhueta, a trazer nos olhos um céu

Na boca o carmim das amoras com frescor de mel

Os cabelos a ondular como o vento ondula a relva

Nasceu-me, de imediato, o desejo de abrir as asas

Para voar reinventado em direção daquelas ancas

Pois, eu sabia que ali nascia uma paixão profunda

Que a tudo que não fosse para amar, emudeceria

E ela me olhou nos olhos, para pôr fim à distância

Meu coração se fez de alegria, um bosque em flor

Liberto de longas e rotas noites cheias de solidão

Então chegara ao fim um atroz tempo de esperas

Para de novo mergulhar no doce perigo que é amar