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Sergius Dizioli

Rastro

Rastro

A noite emoldurada de trevas deixa seu rastro de serpente

Seu som, gritos negros, arremedos de austeras lamentações

Rompe o silêncio sob o céu no azul profundo da madrugada

Imagens tintas de sonho ao brilho espectral dos relâmpagos

Inquietos, mas que trazem o encanto e clamor da primavera

Com seus olhares secretos, seu hálito floral dourado de sol

E o poema se faz leve como pássaros nas árvores da palavra

Feito de seus corpos de cristal, a refletir os brilhos celestes

O poeta afogado em tantas estrelas, perquire o firmamento

Alçado no véu noturno e o verso brota em sua mão trêmula

Para despertar da quimera um som de carro vem da estrada

Tão veloz reverbera na sua pressa e mal devolve a realidade

Que já sua presença apressada, logo se perdeu na distância

São qual sombras aceleradas a passar pelo asfalto das horas

Linhas não escritas que se desenrolam dos carretéis da vida